Tá, mas vocês entenderam.
Coloquei um tênis pela primeira vez em... 5 anos. Pois é, gentem. Tava um "pouco" sedentária, né?! Nota-se! Sabe que achei bem confortável!? Fiquei uma tarde inteira sem dor nos pés. Uma beleza! Bom que trabalhar com criança correndo pra cima e pra baixo vai de fato me fazer perder peso... Eu querendo ou não. Ok, vou tentar não comer muito cookie. Ou batata frita. Ou sushi. Vai que perco 10kg daqui até o fim do ano, né?!
Então, pípou! Eu queria compartilhar hoje com vocês uma música-oração muito da boa, da Maria Bethânia. É bem ecumênica, vale pra todos que tem alguma fé. Acho ótima. A letra fala de todas as companhias que se tem, do quanto a gente se sente protegido perante a tanta coisa ruim, tanta maldade que vemos. E mostra também como nos sentimos perante a essas pessoas que têm atitudes ruins... Nos sentimos guardados tanto por proteções externas quanto pelo nosso próprio mental. É aí que mora o segredo! Pensar que nada de mal jamais nos acometerá. E caso acometa, sabemos que a justiça acontece, mais cedo ou mais tarde. E se não acontecer? É porque a lição é tanto nossa quanto do outro, claro. Mas... entendem? Bom! Fiquem atentos à mensagem. Vou postar a letra que simplesmente me traduz e me arrepia a cada palavrinha. Segue também o link do vídeo, claro!
Carta de Amor
Maria Bethânia
Não mexe comigo,
que eu não ando só,
Não mexe não!
Eu tenho Zumbi,
Besouro o chefe dos tupis,
Sou tupinambá,
tenho os erês, caboclo boiadeiro,
Mãos de cura,
morubichabas, cocares, arco-íris
Zarabatanas,
curare, flechas e altares.
À velocidade da luz,
no escuro da mata escura, o breu o silêncio a espera.
Eu tenho Jesus,
Maria e José, todos os pajés em minha companhia,
O Menino Deus
brinca e dorme nos meus sonhos, o poeta me contou.
Não mexe comigo,
que eu não ando só,
Eu não ando só,
que eu não ando só.
Não mexe não!
Não misturo, não
me dobro.
A rainha do mar
anda de mãos dadas comigo,
Me ensina o baile
das ondas e canta, canta, canta pra mim.
É do ouro de Oxum
que é feita a armadura que guarda meu corpo,
Garante meu
sangue, minha garganta.
O veneno do mal
não acha passagem
E em meu coração
Maria acende sua luz e me aponta o Caminho.
Me sumo no vento,
cavalgo no raio de Iansã, giro o mundo, viro, reviro.
Tô no recôncavo,
tô em Fez.
Voo entre as
estrelas, brinco de ser uma, traço o cruzeiro do sul com a tocha da fogueira de
João menino
Rezo com as três
Marias, vou além, me recolho no esplendor das nebulosas
Descanso nos
vales, montanhas
Durmo na forja de
Ogum, mergulho no calor da lava dos vulcões, corpo vivo de Xangô.
Não ando no breu
nem ando na treva
Não ando no breu
nem ando na treva
É por onde eu vou
que o santo me leva
É por onde eu vou
que o santo me leva
Medo não me
alcança.
No deserto me
acho, faço cobra morder o rabo, escorpião vira pirilampo.
Meus pés recebem
bálsamos, unguentos suaves das mãos de Maria
Irmã de Marta e
Lázaro, no Oásis de Bethânia.
Pessoa que eu
ando só, atente ao tempo.
Não começa, nem
termina, é nunca é sempre.
É tempo de
reparar na balança de nobre cobre que o rei equilibra, fulmina o injusto, deixa
nua a Justiça.
Eu não provo do
teu fel, eu não piso no teu chão,
E pra onde você
for, não leva o meu nome não
E pra onde você
for, não leva o meu nome não
Onde vai valente?
Você secou, seus
olhos insones secaram, não veem brotar a relva que cresce livre e verde longe
da tua cegueira.
Seus ouvidos se
fecharam à qualquer música, qualquer som, nem o bem, nem o mal, pensam em ti,
ninguém te escolhe.
Você pisa na
terra mas não sente, apenas pisa.
Apenas vaga sobre
o planeta, e já nem ouve as teclas do teu piano.
Você está tão
mirrado que nem o diabo te ambiciona, não tem alma.
Você é o oco, do
oco, do oco, do sem fim do mundo.
O que é teu já tá
guardado.
Não sou eu quem
vou lhe dar
Não sou eu quem
vou lhe dar
Não sou eu quem
vou lhe dar.
Eu posso engolir
você, só pra cuspir depois.
Minha fome é
matéria que você não alcança.
Desde o leite do
peito de minha mãe, até o sem fim dos versos, versos, versos
Que brotam do
poeta em toda poesia sob a luz da lua que deita na palma da inspiração de
Caymmi.
Se choro, quando
choro, e minha lágrima cai
É pra regar o
capim que alimenta a vida
Chorando eu
refaço as nascentes que você secou.
Se desejo, o meu
desejo faz subir marés de sal e sortilégio.
Vivo de cara pra
o vento na chuva, e quero me molhar.
O terço de Fátima
e o cordão de Gandhi, cruzam o meu peito.
Sou como a haste
fina, que qualquer brisa verga, mas nenhuma espada corta.
Não mexe comigo,
que eu não ando só
Eu não ando só,
que eu não ando só
Não mexe comigo!
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